sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

‘Temos que sair da senzala’, diz primeira juíza negra do Brasil


FONTE: http://www.revistaafro.com.br/mundo-afro/gente/temos-que-sair-da-senzala-diz-primeira-juiza-negra-do-brasil/#.Uw0lNeq453Q.facebook




Em palestra realiza neste sábado (22), no auditório da OAB Piauí, a desembargadora aposentada do Tribunal de Justiça da Bahia, Luislinda Dias de Valois Santos, atacou o atual sistema jurídico e defendeu a implementação de políticas públicas para os direitos das pessoas negras.

Segundo a magistrada baiana, que é a primeira juíza negra do Brasil, o racismo e a discriminação com pessoas negras no país ainda é muito forte, sobretudo, porque os negros não possuem cargos de comando. Luislinda, em um discurso emocionante sobre igualdade racial, defendeu a implantação de cotas e outras políticas sociais.
“O único direito que o negro tem é não ter direito. Não podemos pensar que os brancos vão legislar por nós. Temos é que nos unir e fazer as nossas leis. Temos que sair da senzala”, afirma a desembargadora Luislinda Valois.
A palestra fez parte do 1º Seminário Estadual de Direitos Humanos e Diversidades, realizado pelo Grupo Matizes, em parceria com a Corregedoria Geral de Justiça (CGJ-PI).
O evento, que acontece desde quinta-feira (20) e encerrou hoje, abordou temas polêmicos, como direitos dos animais, direitos LGBT, direito de pessoas com deficiência, entre outros. Participaram cerca de 650 pessoas, entre estudantes de direito e serviço social, professores e militantes de movimentos sociais.
De acordo com a coordenadora de relações institucionais do Matizes, Marinalva Santana, o evento foi um sucesso, principalmente, devido à qualidade dos debates e das palestras. “Acertamos muito na escolha dos palestrantes convidados”, ressaltou.
A militante diz que o Matizes realizará, em breve, um seminário em parceria com o Poder Legislativo. “Estamos nos articulando e já contamos o apoio da deputada Margareth Coelho e do deputado Fábio Novo”, reitera Marinalva.
Conferências abordaram direito dos animais e de pessoas com deficiência
As conferências sobre direito dos animais e direitos das pessoas com deficiência encerraram as atividades dessa sexta-feira (21) do Seminário Estadual de Direitos Humanos e Diversidades. Os temas foram debatidos pelos advogados Savina Moura e Helder Jacobina, respectivamente.
“O Direito Animal, por ser um tema inovador, foi importante para despertar a curiosidade dos participantes e evidenciar a diversidade de opiniões. Foi muito positivo tratar desse tema, já que ele não é debatido nem nas universidades e nem no meio jurídico”, destaca a palestrante Savina Moura.
A advogada explica, também, que nos últimos anos houve um significativo aumento no número de processos para serem julgados nos tribunais que dizem respeito ao direito animal. “Processos que envolvem herança e guarda do animal são bastante comuns”, exemplifica Savina Moura.
Encerrando as atividades da sexta-feira o advogado membro da Comissão de Defesa das Pessoas com Deficiência da OAB-PI, Helder Jacobina, proferiu a palestra “A evolução dos direitos das pessoas com deficiência”. Seu discurso foi pautado nas conquistas e nos avanços que as pessoas com deficiência obtiveram ao longo dos últimos anos.

Valente divulga currículo e planos de aulas sobre igualdade de gênero e enfrentamento à violência contra as mulheres e meninas

FONTE: http://www.ovalentenaoeviolento.org.br/Artigo/124/Valente-divulga-curriculo-e-planos-de-aulas-sobre-igualdade-de-genero-e-enfrentamento-a-violencia-contra-as-mulheres-e-meninas



Dia Laranja, 25 de Fevereiro de 2016

Para prevenir a violência decorrente do machismo nas escolas, a iniciativa O Valente não é Violento, integrada à campanha do Secretário-Geral da ONU “UNA-SE pelo Fim da Violência contra as Mulheres”, traz um Currículo de Gênero para conscientizar meninos e meninas sobre o direito das mulheres de viver uma vida livre de violência. As aulas abordam os seguintes temas: Sexo, gênero e poder; Violências e suas interfaces; Estereótipos de gênero e esportes; Estereótipos de gênero, raça/etnia e mídia; Estereótipos de gênero, carreiras e profissões: diferenças e desigualdades e Vulnerabilidades e Prevenção. O projeto foi financiado pelo União Europeia e revisado pela área de Projetos de Educação da UNESCO.
A campanha da ONU reconhece as instituições de ensino como contextos privilegiados para uma formação integral de meninos e meninas e para o exercício da cidadania, considerando seu papel central na promoção de mudanças sociais.
Para a elaboração do currículo, foram pesquisados marcos legais e políticos que apontam para a necessidade da inclusão de discussões acerca desses temas no espaço escolar e experiências de trabalho capitaneadas pelas políticas públicas e por organizações da sociedade civil. O programa considera as diretrizes do Plano Nacional de Políticas para as Mulheres (PNPM 2013-2015), que apontam para a necessidade de promover a inserção de temas voltados para a igualdade de gênero e valorização das diversidades nos currículos, materiais didáticos e paradidáticos da educação básica. O PNPM destaca, ainda entre os seus objetivos, a necessidade de “consolidar na política educacional as perspectivas de gênero, raça, etnia, orientação sexual, geracional, das pessoas com deficiência e o respeito à diversidade em todas as suas formas, de modo a garantir uma educação igualitária e cidadã”.
A ONU Mulheres vê a inclusão de discussões sobre as temáticas de gênero nos currículos necessária para a formação de professoras e professores do ensino médio, favorecendo análises e processos de reflexão sobre as desigualdades de gênero, étnicorracial, geracional, diversidade sexual, identidade de gênero e as violências.
Educadoras, educadores s e organizações podem entrar em contato para saber mais sobre o currículo da ONU Mulheres pelo e-mail ovalentenaoeviolento@gmail.com.

Dia Laranja – A oferta pública do currículo e dos planos de aula acontecem no contexto das atividades do Dia Laranja, celebrado mensalmente a cada 25 por proposição da campanha do Secretário Geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, UNA-SE pelo Fim da Violência contra as Mulheres, como momento para ampliar a conscientização e agir pela eliminação da violência contra mulheres e meninas. Sendo uma cor vibrante e otimista, o laranja representa um futuro livre de violência contra mulheres e meninas, convocando  ativistas, governantes e membros das Nações Unidas a se mobilizarem pelo tema da prevenção e eliminação da violência contra mulheres e meninas, não só uma vez ao ano, no 25 de Novembro (Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres), mas todos os meses.

Acesse gratuitamente o currículo e os planos de aula:

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

O FEMINISMO PELO QUAL SE ESQUECERAM DE MILITAR

O contraste existente entre as pautas da elite e da periferia dentro de um movimento que visa a emancipação da mulher
Por Victória Damasceno (damascenovictoria@gmail.com)
As duas linhas finas tatuadas em seu braço direito já denunciavam sua distância social com a realidade da qual tratávamos ali. “É em homenagem ao meu pai que é físico”, disse Renata Conde. Jovem, branca, 27 anos, psicóloga formada pela Universidade de São Paulo, trazia junto a ela experiências pontuais a respeito do tema de sua militância: o feminismo.
Fundadora do Movimento Mulheres em Luta, Renata é uma militante do grupo de formação feminista no bairro da Brasilândia, na zona Norte de São Paulo. Na periferia da cidade, a Brasilândia possui apenas 264 mil moradores, que em sua maioria possuem ascendência  nordestina devido à  instalação destes migrantes na região na década de 50 e 60, quando fugiam da seca que assolava o sertão. Cerca de 68 anos depois da formação do bairro, ele ainda conta com grandes índices de violência contra à mulher, tendo um aumento de 108% nas internações por agressão a mulheres em apenas dois anos.
Quando discutimos estes dados, Renata se mostrou inconformada. “A gente vai estudando os números, os casos e tudo o que acontece no Brasil, e a conclusão que a gente chega é que só nos resta a luta.” Ela diz que aquelas mulheres da periferia já não possuem nada, a não ser a certeza da violência, seja física, verbal ou moral. “Quem tem menos a perder é quem tem mais disposição de luta, e as moradoras da periferia não tem nada dado, então tem muito pouco a perder. Quanto menos você tem, menor é o medo da perda, então só te resta aquilo, só te resta a luta.”
Construir um movimento na Brasilândia foi, para ela, uma estratégia de militância. “Meu interesse pessoal é justamente fazer o feminismo de maneira mais concreta, colocando de fato as mulheres trabalhadoras como protagonistas da luta das mulheres. Eu fui por uma questão mais ideológica e menos concreta da minha vida. Mais por um ideal, do que pela minha causa”, completa.
Com as raízes do movimento feminista fundadas historicamente na burguesia branca, as mulheres negras e periféricas ficaram cada vez mais afastadas de meios que pudessem equipará-las ao gênero masculino. “O feminismo surge mundialmente muito afastado tanto das mulheres trabalhadoras como das negras. Inclusive esse próprio nome foi criado na luta pelo sufrágio universal nos Estados Unidos, em que eram essencialmente as mulheres brancas e burguesas. Elas eram, por exemplo, contra os direitos iguais para os negros, então o feminismo nasceu com essa contradição”, conta Renata.
As mulheres burguesas que iniciaram o feminismo no final do século XIX eram brancas e não estavam preocupadas com as pautas e opressões que sofriam as mulheres negras e trabalhadoras. Enquanto iam para reuniões discutir o voto feminino, deixavam seus filhos com as babás negras. Além disso, a herança racista da escravidão permeava seus argumentos: naquele momento, os homens negros podiam votar. A possibilidade de que as pautas dos negros tivesse grande representatividade era um pesadelo. Assim, as mulheres burguesas argumentavam que, se elas votassem, o número de votos dos brancos seriam superiores aos dos negros, o que manteria os interesses burgueses acima dos outros.
Brasilândia
Bairro da Brasilândia, na Zona Norte de São Paulo (Foto: Ignacio Abbad Slocker/CCE_SP)
No Brasil, o processo de formação do movimento feminista foi um pouco diferente: ele nasceu nos anos 70 e 80, e já veio colado à luta dos trabalhadores, junto com as greves do ABC. Renata afirma que esta particularidade faz com que as mulheres periféricas acreditem que os seus maiores aliados são, na verdade, os homens trabalhadores, e não as mulheres burguesas.
Ela conta que as burguesas também oprimem porque não sabem qual é a luta das mulheres trabalhadoras. “Elas sofrem opressão, mas conseguem realizar o empoderamento. Já as mulheres trabalhadoras não, porque o empoderamento como disseminado hoje é uma saída individual. Empoderada é a burguesia, os trabalhadores lutam pelo poder, não vão atingir o empoderamento sozinhos”, denuncia. Elas lutam pela chefia no trabalho, lutam pelo amor livre, para pararem de ser representadas como mulheres delicadas, que devem estar sempre “adequadamente vestidas” para conseguirem bons maridos, lutam para alcançarem a libertação sexual. As mulheres periféricas não. “O que a mulher trabalhadora quer pra vida dela não é ser chefe de algum lugar porque isso nem tá na sua perspectiva, nem passa pela cabeça delas. O que ela quer é não apanhar”, completa.
A militante diz ainda  que as pautas do movimento feminista periférico são completamente diferentes daquelas discutidas nos movimentos centrais e universitários. A representatividade da mulher negra e trabalhadora está sempre ligada a uma grande sexualização de seu corpo, ainda legado da herança escravista que permitiu que os homens brancos tivessem propriedade em relação ao corpo das negras. Uma diferença categórica é que o movimento feminista central e branco vem cada vez mais se mostrando contrário à monogamia, mas nas periferias a realidade é bem diferente. “Enquanto para as mulheres brancas a monogamia aprisiona e oprime, na periferia este é o sonho das mulheres trabalhadoras.” Renata conta que as mulheres que chegam às  reuniões na Brasilândia possuem uma realidade de solidão: todas as que tem filhos são mães solteiras, sem exceção. Assim, o avanço que elas possuem é conseguir um relacionamento monogâmico. Ela conta também que a sexualização e a objetificação da mulher negra na mídia fortalecesse a necessidade de um relacionamento monogâmico. “Quem é a Globeleza, quem é a rainha de bateria? São as negras. As mulheres chegam na reunião se perguntando: ‘Nós realmente somos só isso?’”.
renata conde
Renata Conde (Foto: Acervo pessoal)
Um grande exemplo do espaço de sexualização da mulher na periferia é o “Bueiro”, local onde ocorrem os bailes funk da Brasilândia. Quando tem, ninguém dorme. O retrato que me foi apresentado é o seguinte: meninas jovens, negras, que sem calcinha dançam em cima dos carros. Terminam a noite se relacionando com cerca de oito homens. Então essa se tornou a realidade das mulheres na periferia. Renata diz que a luta delas está longe de ser por liberdade sexual. “Enquanto a mulher branca foi criada para ser virgem e para casar, a mulher negra é o contrário: elas foram estupradas enquanto escravas, e o que ficou foram homens com direitos sexuais sobre os seus corpos”. Ela afirma que, para elas, a liberdade sexual é opressão.
O movimento feminista na Brasilândia nasceu colado ao Quilombo Raça e Classe, que é um movimento negro, justamente porque as mulheres da periferia são mulheres negras. Nisso, a especialista em feminismo negro Djamila Ribeiro concorda em gênero, raça e classe.
Numa aula descontraída na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, a visita da mestra em Filosofia conseguiu atingir a mim e a muitos outros ouvintes, que foram superiores ao número de alunos matriculados na aula em que ela fora convidada para falar sobre feminismo negro.
Negra e militante do movimento, ela acredita ser impossível falar de feminismo na periferia sem pautar a questão da mulher negra, sendo que nós – eu, ela e as mulheres trabalhadoras negras – somos a maioria que ocupam estes espaços. Ela acredita que o feminismo nas periferias não alcança a notoriedade do feminismo branco justamente por se tratar de um movimento que leva recortes de raça e de classe social. “Não é muito explicitado, pois o feminismo que ganha mídia é o branco, que são mais midiáticas, mainstream, que aparecem mais. Mas existem muitas mulheres fazendo trabalhos que são invisibilizados, ou sequer são reconhecidos, mas que estão promovendo uma mudança muito importante na sua comunidade”, conta.
Djamila Ribeiro
Djamila Ribeiro (Foto: Fanca Cortez)
Não é possível descolar o movimento feminista periférico do movimento negro. O feminismo das mulheres trabalhadoras é, quase completamente, o feminismo negro. Mas por que?
Depois da abolição da escravidão, não houve nenhuma reforma que buscasse fazer com que os negros fossem social e economicamente inseridos. Florestan Fernandes, em sua obra A integração do negro na sociedade de classes, conta: que os negros não possuíam nenhum tipo de assistência e garantia que os protegessem na transição ao trabalho livre. “Os senhores foram eximidos da responsabilidade pela manutenção e segurança dos libertos, sem que o Estado, a Igreja ou qualquer outra instituição assumisse encargos especiais, que tivessem por objeto prepará-los para o novo regime de organização da vida e do trabalho”. Abandonados, eles precisavam buscar locais onde poderiam viver, e expulsos da propriedade em que trabalhavam, os negros se viram obrigados a fugir para os locais que ainda não eram habitados. Como as grandes planícies centrais já estavam ocupadas pela elite branca e pelos imigrantes, só restaram aos negros os arredores dos grandes centros: os morros. Desta forma, o fenômeno de periferização urbana tem em meado no século XIX um marco: a crescente busca dos negros por moradia nos arredores dos grandes centros.
No entanto, mesmo libertos, a lógica de trabalho e opressão não mudaram, principalmente para as mulheres negras. Angela Davis, uma mulher negra, americana e feminista, afirma em sua obra Mulher, Raça e Classe que as mulheres escravas passaram para suas descendentes livres um legado de trabalho pesado, de perseverança e de tenacidade, devido à  forma como eram tratadas pelos senhores, que exigiam delas uma performance “masculina” em seus trabalhos.
Esse legado, que tornou as mulheres negras mais próximas à igualdade sexual dos homens negros, também as distanciou cada vez mais das mulheres brancas. E acentuou ainda mais as diferenças na representação da mulher negra em relação à branca na sociedade.  
Djamila afirma que foi somente quando as mulheres negras começaram a militar dentro do feminismo  que os recortes raciais e sociais começaram a ser discutidos, de forma a apresentar que os problemas das negras eram diferentes daqueles das mulheres brancas. ”Então elas [as feministas negras] foram as primeiras a questionar e mostrar o quanto esse movimento, apesar de ter nascido com o objetivo de libertar as mulheres, libertou um tipo de mulher e reproduziu opressões e lógicas racistas e classistas em outro“, denuncia.
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Angela Davis entra na Universidade da Califórnia em Los Angeles para sua primeira aula de filosofia em outubro de 1969. (Foto: George Louis)
Ela também concordou que as feministas brancas podem agir como opressoras ou aliadas: diz que existem aquelas que participam dos movimentos coletivos na periferia, mas também há mulheres brancas que insistem em universalizar a categoria mulher, sem perceber as instersecções entre o gênero, a raça e a classe social. “As mulheres brancas que têm uma situação de privilégio podem usar essa situação para dar visibilidade pra pautas das mulheres negras e periféricas.” Ela afirma que somente assim nós poderemos ganhar mais força, mas que muitas burguesas ainda se recusam a fazer esse trabalho.
Questões que são, no geral, pautas de uma luta progressiva e que aparentam não ter gênero específico, como ir contra à redução da maioridade penal, na realidade são também pautas do feminismo na periferia, pois são os filhos das mulheres negras que estão sendo presos e assassinados nas periferias brasileiras. “Quando a gente discute violência policial do homem negro, deveria ser uma pauta feminista também, porque essa violência está atingindo mulheres negras.” Djamila diz ainda que não podemos pensar somente em pautas que vão libertar as mulheres, mas naquelas que irão em favor do combate das opressões. “Se existe mulher negra, então é necessário lutar contra o racismo. A opressão do homem negro muitas vezes nos atinge enquanto mulheres negras“, completa.
Esta discussão da redução da maioridade penal também chegou no grupo de formação da Brasilândia. Renata Conde conta que esta é uma questão muito difícil de ser tratada na periferia. “Embora isso ataque diretamente as mulheres, elas ainda são muito atacadas pelas informações da mídia tradicional”, . Ela conta que, se não fosse por meio do grupo de formação, as mulheres dificilmente conseguiriam refletir a respeito de um assunto tão importante e que as afeta diretamente como a redução da maioridade penal. “Uma das meninas até chegou a falar que tudo o que ela aprendeu sobre política e feminismo foi no grupo. E ela se sentia super insegura, sempre dizendo que não servia pra fazer aquilo”, conta ela.
No meu encontro com essa menina, senti a mesma coisa: insegurança e o medo que rondavam suas palavras. Mas também a força de alguém que mal podia acreditar que estava sendo entrevistada. “Nossa, não acreditei quando você veio falar comigo. Você existe mesmo!”, me disse Nádia Pina. Moradora da Brasilândia, formada em pedagogia, fez faculdade desafiando os pais que diziam que isso não era coisa de pobre, muito menos de mulher. Nascida e criada na periferia, Nádia só saiu de lá para estudar . “Eu não sabia como fazer uma faculdade, não tinha nem noção que do era fazer um vestibular, não tinha noção de nada”, conta.
Nádia Pina
Nádia Pina (Foto: Acervo pessoal)
Isso foi reflexo da sua infância. “Eu fui criada dentro de casa, convivi com o alcoolismo do meu pai e problemas do meu irmão”, conta. Segundo ela, o pai não permite manifestações que vão contra à sua opinião, por isso, não ousava desafiá-lo. Mas isso começou a lhe incomodar: Nádia conta que, conversando com as meninas do grupo, pode perceber que ela podia ter uma opinião contrária, e que ele não era seu dono. “Eu entendi que o que eu devo é respeito, não submissão. Vi que a vida fica muito melhor quando a gente pode escolher e não tem que engolir as coisas.”
Com a mãe, no entanto, era diferente. Ela diz, chorando, que viu durante a vida inteira a mãe servindo o pai e o irmão. Conta que sempre viu o sofrimento da mãe para que ela conseguisse manter a casa arrumada, a comida na mesa, as roupas lavadas. “Ela sofreu e sofre muito com o machismo, mas acho que nunca vai entender isso”. Então a ajuda a combater o machismo da forma que pode : arruma a casa com a mãe e a defende com unhas e dentes. “Hoje eu entendo que ela não teve poder de escolha. Não vejo problema na mulher não trabalhar e cuidar da casa, mas luto pra que isso seja uma escolha e não uma imposição.”
Só depois de entrar na faculdade, começar a fazer terapia e conhecer uma professora que lhe apresentou a sororidade, foi que ela entendeu o acerto de optar pelos estudos. Seu primeiro contato com o feminismo aconteceu na creche em que trabalhava, quando a amiga Ingrid, também professora, ao lhe dar um livro sobre o tema lhe falou: “A vida pode ser muito mais agradável do que essa que você conhece”. Essa parte ela me contou chorando. “Não tem como falar da minha vida e não citar essas duas professoras”, completa.
Ao ver que a amiga havia conseguido passar num concurso, ela passou a crer que também podia. E passou. Hoje ela acredita que o que mais ganhou com o feminismo é acreditar que mesmo ela sendo pobre e mulher, ela pode ter conquistas. “O feminismo me disse que eu podia e que eu era capaz, e me mostrou que meu poder de escolha me levaria até lá.”
Escolher. Isso foi o que Nádia não pode fazer a vida inteira. Não podia escolher as roupas, as companhias, os estudos, os trabalhos. Tudo lhe era imposto. Mas o feminismo desconstruiu esse legado social. “O que eu aprendi com a minha amiga, e com as meninas do Movimento Mulheres em Luta, é que eu tenho poder de escolha. A minha roupa é minha escolha, e meu corpo é meu. Eu não vou mais me submeter àquilo que as pessoas querem”, completa.
Tentando não invadir o seu espaço tímido, pergunto a Nádia se ela tem um sonho. A resposta é prosaica: “Quero continuar estudando”. Sorrindo como quem se lembra que pode fazer isso, muda a expressão quando pergunto se ela se considera feminista. “Eu acho que não”, responde.
Mas desminto: é feminista sim. Muito feminista.
FONTE:

Machismo: o jogo virou?

Fonte: http://www.ceert.org.br/noticias/genero-mulher/10401/machismo-o-jogo-virou

 MACHISMO: O JOGO VIROU?
Por: Joanna Burigo 
Postagem: 16:30 24/02/2016
Machismo: o jogo virou?
Em 2013, campanha da ONU usou pesquisas no Google para revelar a prevalência generalizada de machismo contra as mulheres
Como é possível, com tantos indícios disponíveis na internet, que se duvide da existência de preconceito?
Como será que andam sendo as conversas de quem, mesmo habitando a internet, ainda brada que "não existe machismo (ou racismo, ou homofobia, ou...)"? Perguntar não ofende, e ao final deste fevereiro de dois mil e dezesseis, com tantas evidências destes fenômenos nas redes sociais, francamente, parece impossível continuar fingindo que machismo [ou...] não existe.
Há uma década, na primeira infância da internet, não sabíamos qual seria o impacto da proliferação de vozes dissidentes que, nela, viram uma oportunidade de potencializar suas militâncias. Não é apenas na internet que se dá a resistência, mas foi ali que o volume de suas vozes foi amplificado, o que tornou mais fácil a obtenção de informações produzidas por movimentos sociais.
Lembremos que há bem pouco tempo as vozes que propagavam este tipo de conhecimento eram quase que completamente silenciadas por filtros midiáticos, que mantinham o domínio do debate público acerca do que era certo ou justo nas mãos de poucos homens brancos.
Sendo assim, até muito recentemente, para saber o que diziam os proponentes de mudanças na sociedade, era preciso ou estar na presença física da militância, ou ter o capital econômico, social e cultural para adquirir literatura a respeito.
Por anos, e por pura falta de acesso a dispositivos comunicativos de alcance de massa, as vozes da dissidência falavam muito mais consigo mesmas, nas ruas ou nos meios acadêmicos, do que com o público em geral.
E enquanto o status quo, através do poder de abrangência de seus instrumentos de mídia, afirmava que estava tudo bem, era razoavelmente compreensível que se desconfiasse que machismo [ou...] fosse invenção de gente vitimista. Nunca foi, e se hoje isso é óbvio, é porque as vítimas do preconceito, que sempre foram perfeitamente capazes de oferecer críticas ao sistema de forma muito bem articulada, não mais penam com a escassez de espaços para divulga-las além dos círculos militantes.
Já é consenso que foi o advento das redes sociais (em sua maioria também de propriedade de homens brancos, que fique o registro) que permitiu que cada cidadã se transformasse em seu próprio veículo de comunicação. Todos os dias, horas, minutos e segundos milhares de vozes se fazem ouvidas nos Facebooks e Twitters da vida.
A resistência está angariando massa crítica como nunca antes visto, e a quantidade de denúncias à opressão cresceu de forma exponencial: é só prestar atenção em campanhas como #primeiroassédio e #blacklivesmatter. Por isso retorno à pergunta inicial do texto: como é possível, com tantos indícios disponíveis na internet, que se duvide da existência de preconceito?
Judith Lorber, uma das teóricas fundamentais da formação dos estudos de gênero, relata manter um arquivo de clipagens de revistas e jornais, coletados no espaço de 25 anos, com artigos que dizem as mesmas coisas: poucas mulheres em posições de liderança nas grandes corporações, desigualdade representativa nos governos, sobrecarga de trabalho doméstico para as casadas e/ou com filhos, impedimentos na descriminalização do aborto, e outras tantas.
Este arquivo ela chama de Plus ça change, em referência à epigrama de Jean-Baptiste Alphonse Karr, “Plus ça change, plus c'est la même chose” (em tradução livre “Quanto mais as coisas mudam, mais elas continuam as mesmas).
E se a internet pode ser celebrada, por uns, por ser palco para multiplicação das vozes dos movimentos sociais, precisamos manter em mente que, para outros, é interessante que tudo continue igual.
Assim, a internet não é, necessariamente, um espaço seguro: ainda há muita violência online, real ou simbólica, especialmente contra as mulheres. A internet tampouco está isenta de filtros que silenciam a dissidência: ativistas de diversas causas vêm tendo seusperfis bloqueados pelo Facebook, por causa de trolls e haters que orquestram denúncias falsas para, literalmente, impossibilitar falas incômodas.
Como ativistas de internet, estamos crescendo em número – e como feministas, na#sororidade online viemos colaborando e ajudando umas às outras como nunca. Mas o jogo está longe de virar, pois ainda há muito #patriarcado, racismo e preconceito sistêmico para desconstruirmos.
E para sairmos do impasse de que Lorber corretamente reclamou, talvez a saída seja lembrar que a intenção não é que o jogo vire, pois não é de um jogo que isso se trata, mas sim das nossas vidas. Machismo [ou...] existe, e não é silenciando ativistas de internet que o trem da exposição do preconceito vai parar. Ao menos este “jogo” a internet “virou”.
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18 FEMINISTAS AFRICANAS PARA CONHECER E CELEBRAR

[Ceert] 18 feministas africanas para conhecer e celebrar*:
O que é feminismo Africano? Muitas feministas de todo o mundo têm contestado se a idéia de se as concepções modernas do feminismo são Africano ou não-Africano. Na verdade, o feminismo tem existido na África desde os tempos da rainha Nzinga de onde é hoje Moçambique e Yaa Asantewaa de Gana.
Essas mulheres têm inspirado as feministas africanas contemporâneas, que têm contribuído significativamente para o feminismo de várias formas, seja através da arte, da música, da escrita ou da política. Elas estão comprometidas a trazer as vozes das mulheres africanas para os espaços onde trabalham, e elas são de fato agentes de mudança, não apenas no continente Africano, mas também em toda a Diáspora Africana. http://goo.gl/oGlspe ‪#‎África‬ ‪#‎feminismo‬ ‪#‎feminismoafricano‬

1º Theo Sowa – CEO do Fundo de Desenvolvimento das Mulheres Africanas
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Theo Sowa é Diretora Presidente do Fundo de Desenvolvimento das Mulheres Africanas. Ela já trabalhou como consultora independente para uma ampla gama de questões internacionais e de desenvolvimento social. O seu trabalho tem coberto advocacia, prestação de serviços, avaliação, facilitação, política e desenvolvimento organizacional, com uma série de organizações internacionais e intergovernamentais e fundações doadoras.
2° Abena Busia – escritora, poeta e professora
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Professora Abena Busia é a atual presidente do Departamento de Mulheres e Estudos de Gênero da Universidade de Rutgers, em Nova Jersey. Ela também é co-diretora e co-editora do inovador projeto WomenWritingAfrica, uma antologia de vários volumes publicados pela Feminist Press na Universidade da Cidade de Nova York. Como Professora Busia aponta, “a História está localizado em vários lugares”, e da antologia foi projetado para reconhecer o legado cultural complexo e “produção cultural” das mulheres africanas Busia ajudou a editar dois volumes da antologia
3° Osai Ojigbo – Advogada e ativista
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Osai Ojigbo é uma advogada, advogada de justiça de gênero e ativista dos direitos humanos. Ela é formada em direito pela Universidade de Lagos, na Nigéria e Mestre em Direito pela Universidade de Wolverhampton, no Reino Unido. Ela trabalhou como Diretora Executiva Adjunto em Alianças para África (AFA), onde coordenou a Justiça de Gênero na Iniciativa África. Osai projetou e implementou programas que visam a capacitação de mulheres líderes comunitárias sobre questões relacionadas com os direitos humanos.
4° Leymah Gbowee – Ativista
leymah
Leymah Gbowee é uma ativista pela paz na Libéria, assistente social e advogada de direitos das mulheres. Ela também é umadas vencedoras do Nobel da Paz de 2011. Ela é o fundadora e presidente da Gbowee Peace Foundation África, com sede em Monrovia. Leymah é mais conhecida por liderar um movimento não-violento que reuniu mulheres cristãs e muçulmanas para desempenhar um papel central para acabar com devastadora guerra civil de 14 anos da Libéria em 2003.
5° Minna Salammi – Ativista, Blogger e Palestrante
minna
Minna é uma escritora nigeriano-finlandesa, blogger, palestrante e fundadora do MsAfropolitan, um blog pan-Africano feminista multi-premiado. Ela também é membro do Duke University Corporate Education Global Learning Resource Network,, e Guardian Africa Network , membro do conselho For Books’ Sake de caridade do Reino Unido, e uma colaboradora do Huffington Post.
6° Amina Doherty – Artivista
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Amina Doherty é um Artivista feminista nigeriana cujo trabalho se concentra em filantropia feminista e apoia artes criativas. Ela tem facilitado iniciativas de aprendizagem sobre os direitos das mulheres, desenvolvimento da juventude, filantropia e justiça econômica. Amina apoia ativamente várias plataformas de mídia lideradas pela comunidade e traz para seu ativismo uma paixão pela música, arte, viagens, fotografia, moda e poesia.
7° Nana Sekyiamah – Escritora, Blogger e Ativista
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Ela atuou em muitos papéis de liderança no continente Africano por anos como especialista em comunicações para o Fundo de Desenvolvimento das Mulheres Africanas, uma organização líder de concessão de financiamento pan-Africano em Gana. Ela se concentra em escrever histórias que exploram as questões em torno das sexualidades diversas das mulheres africanas. Ela é a curadora da Adventures from the Bedrooms of African Women, um blog altamente aclamado e lido sobre as mulheres africanas e a sexualidade.
8° Amina Mama – Professora e Pesquisadora
amina2009
Professora Amina Mama é nigero-britânica escritora feminista e intelectual que trabalha há mais de duas décadas em pesquisa, ensino, mudança organizacional, e edição, na Nigéria, Grã-Bretanha, Holanda, África do Sul e os EUA Ela passou uma década na Universidade de Instituto Africano de Género da Cidade do Cabo, onde liderou o desenvolvimento colaborativo de estudos feministas e de pesquisa para contextos africanos. Amina atualmente trabalha como professora de Mulheres e Estudos de Gênero da Universidade da Califórnia, em Davis.
9°Yewande Omotoso – Escritora
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Yewande Omotoso nasceu em Barbados e cresceu na Nigéria com a mãe de Barbados, pai nigeriano e dois irmãos mais velhos. A família mudou-se para a África do Sul em 1992. Yewande estudou arquitetura na Universidade da Cidade do Cabo, para a qual ela retornou depois de trabalhar como arquiteta por vários anos, para completar um mestrado em Escrita Criativa. O resultado do seu mestrado é seu romance de estréia Bomboy, que foi publicado em 2011.
10° Purity Kagwiria – Diretora Executiva do Instituto Dada Akili
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Purity Kagwiria trabalha como diretora-executiva do Instituto Akili Dada, uma organização que oferece educação e oportunidade de liderança para meninas e mulheres no Quênia. Jornalista de profissão, Purity é membro ativo do movimento feminista pelos direitos das mulheres e está empenhada em analisar os espaços privados e pessoais que as mulheres habitam e o desenvolvimento de estratégias que levam à emancipação das mulheres. Purityé formado em Gênero e Desenvolvimento da Universidade de Nairobi e um Diploma em Jornalismo pela Kenya Instituto de Comunicação de Massa.
11° Yaba Badoe – Ativista e cineasta
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Yaba Badoe é documentarista ganês-britânica, produtora e escritora. A pós-graduação da Faculdade do rei em Cambridge, ela trabalhou como funcionário público em Gana antes de se tornar uma Trainee Geral com a BBC. Ela lecionou na Espanha e Jamaica, e já trabalhou como produtora e diretora faz documentários para os principais canais da Grã-Bretanha e da Universidade de Gana, em Accra. Seus documentários incluem As Bruxas de Gambaga (2011) e A Arte da Ama Ata Aidoo (2014).
12°Aisha Ibrahim Fofana – Professora e ativista
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Aisha Ibrahim Fofana é o diretora do Centro de Pesquisa de Gênero e Documentação da Universidade de Fourah Bay College de Serra Leoa. Em 2009-2010, ela foi pesquisadora visitante no Instituto Norte-Sul, com uma bolsa de estudo financiado pelo IDRC. Enquanto no Instituto Norte-Sul, o trabalho de Ibrahim focou em ações afirmativas como forma de superar as barreiras que limitam a entrada das mulheres na política. Aisha também atua como Presidente do “50/50 Grupo de Serra Leoa”, que incide sobre a defesa, a política, e capacitação para a liderança das mulheres.
13° Melissa Kiguwa – Poeta e artista
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Melissa Kiguwa é uma artista e uma feminista radical. Sua arte varia de projetar um tipo jóia feitas sob medida para a poesia para o desempenho do blues improvisado. Seu trabalho está enraizado em reconhecer e dar valor a diversas experiências afro globais. Criada por um pai haitiano e mãe de Uganda, Melissa se considera um “afro-nômade.” Seu livro de poesia mais recente intitula-se os devaneios de saudade
14° Ama Ata Aidoo – Escritora
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Professora Ama Ata Aidoo, nascida Christina Ama Aidoo, é uma autora ganesa, poeta, dramaturga e acadêmica. Ela também atuou como Ministra da Educação em Gana sob a administração de Jerry Rawlings. Vive atualmente em Gana. Em 2000, ela criou a Fundação Mbaasem para promover e apoiar o trabalho das escritoras africanas.
15° Maame Afon Obeng – Ativista e Musicista
Maame-Afon
Nascida e criada em Gana, Maame é uma defensora empenhada e uma líder apaixonada, também é uma cantora e artista dinâmica. Recentemente, ela lançou seu segundo álbum, intitulado Ekome. Ela já trabalhou como Diretora do Programa para a África Subsariana (SSA) do Fundo Global para Mulheres, e é membro do conselho e co-presidente do Comitê Consultivo Regional da Bay Area de Fundo para o Desenvolvimento das Mulheres Africanas nos EUA (AWDF-EUA ).
16° Rainatou Sow – Diretora Executiva do Make Every Woman Count (Fazer Valer Cada Mulher)
Rainatou Sow
Rainatou Sow é o fundadora e diretora-executiva do Make Every Woman Count, uma organização que monitora os direitos das mulheres em todo o contintente Africano. A ativista guineense foi nomeada “Mulher Inspiração de 2012” pelo grupo “Mulheres 4 África” com sede no Reino Unido. Ela também tem sido destaque na CNN, bem como na Forbes África
17°Chimamanda Ngozi Adichie – Escritora
Chimamanda Ngozi Adichie
Chimamanda Ngozi Adichie nasceu na Nigéria, em 1977. Ela é autora de três romances aclamados pela crítica: “Hibisco Roxo” (2003), “Meio sol amarelo” (2006), e “Americanah” (2013). Ela também lançou uma coletânea de contos, “The Thing around Your Neck” em 2009. Chimamanda se auto-identifica como feminista e tem escrito e dado palestras sobre vários temas atuais relacionados às questões das mulheres na Nigéria e em toda a Diáspora, incluindo suas palestras no TED.
18° Hilda Twongyeirwe – escritora e editora
Hilda Twongyeirwe
Hilda Twongyeirwe é uma escritora e editora da Uganda. Ela publicou o livro infantil, “Fina, a dançarina” em 2007. Ela também escreveu uma série de contos, e sua poesia já apareceu em vários jornais, revistas e antologias. Atualmente é coordenadora do FEMRITE, uma organização focada no desenvolvimento e publicação de mulheres escritoras em Uganda e na região do Leste Africano. Através do FEMRITE, ela editou várias publicações, incluindo “I Dare to Say: African Women Share Their Stories of Hope and Survival” (Me Atrevo A Dizer: Mulheres Africanas Compartilham Suas Histórias De Esperança E Sobrevivência) em 2012.
Fonte: http://www.ceert.org.br/noticias/genero-mulher/8015/18-feministas-africanas-para-conhecer-e-celebrar

IGUALDADE RACIAL

Fonte: https://www.facebook.com/igualdaderacial.br/?fref=nf

A Década Internacional de Afrodescendentes foi o assunto da Aula Magna do Bacharelado em Ciências e Humanidades da Universidade Federal do ABC, Campus São Bernardo do Campo (SP). Proferida pela ministra das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos, Nilma Lino Gomes, a aula contou com auditório lotado na noite desta terça-feira (23).
"A universidade pública tem que ter a cara do povo. E hoje olhando para esse auditório vejo que a universidade está refletindo a diversidade do nosso país", declarou Nilma Lino Gomes, durante a abertura de sua fala, ao mencionar a importância das ações afirmativas.
Os eixos e objetivo da Década, o contexto histórico que a antecedeu e os desafios da luta pela promoção da igualdade racial no país foram alguns dos temas abordados pela ministra. "A Década existe porque existe um histórico de lutas e negociações; e não só dos afrodescendentes, mas de indígenas, brancos e aqueles grupos que tem senso de justiça e que querem que as mudanças necessárias aconteçam", afirmou Nilma.

A ministra das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos, Nilma Lino Gomes, recebeu o assessor especial da Secretaria Geral da Presidência da República, Renato Simões nesta quarta-feira (24). Na pauta do encontro, "a participação das religiões de matrizes africanas na campanha contra o Zika Vírus", considerando as diversas redes e comunidades espalhadas pelo país.
Também participaram da reunião a secretária de Políticas para Comunidades Tradicionais da Seppir, Givânia Silva; além de outros representantes do órgão e da Secretaria de Direitos Humanos (SDH).