sexta-feira, 30 de maio de 2014


REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE ALUNOS DO ENSINO SUPERIOR SOBRE HOMOSSEXUALIDADE E HOMOFOBIA

Islane de Oliveira Nicolau - Faculdade Pitágoras de Linhares-ES
Regiane Santos – Faculdade Pitágoras de Linhares-ES
Roberta Scaramussa – Faculdade Pitágoras de Linhares-ES


No Brasil embora a instituição escolar, há muito, seja reconhecida como uma instituição laica, ainda sofre sansões severas quando precisa tratar de questões de forte cunho moralizante como a sexualidade, por exemplo. A escola tornou-se ao longo da história um equipamento fundamental na constituição das identidades  sexuais e de gênero contudo, isso se dá de forma a manter a fôrma hegemônica heteronormativa atendendo interesses das elites dominantes. Deste modo as temáticas e as vivencias sobre sexo, gênero e sexualidade são excluídas de uma perspectiva crítica e plural no contexto escolar, ao contrário, são revestidas de cunho moral e tomadas como verdades absolutas que, através de estratégias de poder e discursos de saber modelam sentimentos, pensamentos e comportamentos dos sujeitos.

Para fins deste estudo faz-se necessário pensar que as Representações Sociais são teorias construídas sobre o conhecimento do senso comum elaboradas e compartilhadas coletivamente com o objetivo de construir e se apropriar do real. Acredita-se deste modo, que conhecer as Representações de estudantes de ensino superior sobre a homossexualidade pode contribuir para ampliar a compressão sobre os processos psicossociais que sustentam práticas homofóbicas bem como a resistência no que se refere a discussão deste assunto no âmbito escolar.. Deste modo objetivamos investigar as Representações Sociais de estudantes de nível superior de uma Faculdade Privada do Espírito Santo a respeito da homossexualidade. Os dados foram coletados através de uma entrevista estruturada contendo dez questões abertas e fechadas. Os entrevistados foram 50 alunos de graduação cursando entre o terceiro e sexto períodos. Os dados estão sendo analisados e categorizados tendo como referência a Análise de Conteúdo. Os resultados parciais apontam as representações sociais dos alunos universitários como segue abaixo:

a)    a homossexualidade definida como uma atração sexual por pessoa do mesmo sexo,
b)    tal atração é entendida como um desvio/distúrbio de comportamento resultante de predeterminação biológica ou desestruturação familiar/social.
c)    para os entrevistados a homofobia é a violência física contra homossexuais e a maioria não percebe-se como homofóbico.
d)    a maioria dos entrevistados considerou que a religião tem maior influencia que a educação escolar para a percepção que têm sobre a homossexualidade.
e)    a faculdade não foi representada como tendo influência significativa na construção destas representações, exceto pelos alunos do curso de psicologia.


Os resultados acima vão ao encontro do proposto Lopes-Louro (2000) ao afirmar que foi produzida socialmente uma concepção naturalizada da sexualidade:
“A sexualidade seria algo "dado" pela natureza, inerente ao ser humano. Tal concepção usualmente se ancora no corpo e na suposição de que todos vivemos nossos corpos, universalmente, da mesma forma [...]”.
A autora propõe então, que a sexualidade deva ser tomada como efeito de múltiplos processos sociais, culturais e históricos.
“É, então, no âmbito da cultura e da história que se definem as identidades sociais (todas elas e não apenas as identidades sexuais e de gênero, mas também as identidades de raça, de nacionalidade, de classe etc). Essas múltiplas e distintas identidades constituem os sujeitos, na medida em que esses são interpelados a partir de diferentes situações, instituições ou agrupamentos sociais [...] Portanto, as identidades sexuais e de gênero (como todas as identidades sociais) têm o caráter fragmentado, instável, histórico e plural, afirmado pelos teóricos e teóricas culturais.

Lopes-Louro (2000) propõe ainda, apropriando-se das contribuições teóricas de Foucault que a escola tornou-se importante equipamento de tecnologias de sujeição dos corpos:

“As tecnologias utilizadas pela escola alcançam, aqui, o resultado pretendido: o auto-disciplinamento, o investimento continuado e autônomo do sujeito sobre si mesmo. Com a cautela que deve cercar todas as afirmações pretensamente gerais, é possível dizer que a masculinidade forjada nessa instituição particular almejava um homem controlado, capaz de evitar "explosões" ou manifestações impulsivas e arrebatadas. O homem "de verdade", nesse caso, deveria ser ponderado, provavelmente contido  na expressão de seus sentimentos. Conseqüentemente, podemos supor que a expressão de emoções e o arrebatamento seriam considerados, em contraponto, características femininas.”

Os resultados da pesquisa apontam que a educação escolar não foi considerada importante para a construção das representações sobre homossexualidade dos alunos universitários. Isso evidencia que o jogo de forças saber-poder que se opera via instituição educação se opera por mecanismos invisíveis produzindo modos de subjetivação identitários.

Tais representações nos levaram a considerar a possibilidade de criação de um projeto de intervenção na área Educação e Saúde, conduzido por alunos do curso de Psicologia visando colocar em analise mitos e tabus sobre as Sexualidades. A intenção é resgatar o papel critico transformador da Educação Universitária rompendo, de algum modo, com a representação acima descrita.

Referências:


LOPES-LOURO, G. O Corpo Educado: pedagogias da sexualidade. Autentica: Belo Horizone, 2000.

segunda-feira, 26 de maio de 2014

EDUCAÇÃO NÃO FORMAL E MOVIMENTOS SOCIAIS - PRÁTICAS EDUCATIVAS NOS ESPAÇOS NÃO ESCOLARES
Deneusa Luzia Rodrigues - UNIVILLE
Elizabete Tamanini – UNIVILLE
Programa de Mestrado em Educação - UNIVILLE

Resumo: Este artigo é parte da pesquisa de Mestrado em Educação em andamento cujo objetivo maior é investigar sobre a Educação não formal e sua perspectiva de intervenção sócio-educativa tendo como cenário mais específico a análise das Organizações Sociais de Joinville/SC associadas à AJOS- Associação Joinvilense de Organizações Sociais de Joinville. Pretende-se observar as experiências vivenciadas pelos espaços educativos não-escolares que tem nos últimos anos lançado significativas questões teórico-metodológicas, discutidas no espaço acadêmico apresentando a necessidade de um novo olhar, de análise, e entendimento das práticas educativas construída pelos atores envolvidos nesses espaços. Por isto, necessário se faz problematizar experiências sociais desenvolvidas em contextos singulares contribuindo assim para minimizar lacunas acadêmicas frente às ações dos movimentos sociais e da educação brasileira. Para este artigo, apresentaremos elementos teórico-metodológicos que possibilitem uma compreensão inicial das práticas históricas da educação não formal na perspectiva dos movimentos sociais e direitos humanos.

Palavras-chaves: Educação Não Formal - Movimentos Sociais - Práticas Educativas – Espaços Não Formais.

Introdução
Como educadoras e atuando no Ensino Superior em Curso de Pedagogia na Disciplina de Educação Não Formal temos refletido a luz das inúmeras ações desenvolvidas, sobre o papel formador das práticas educativas presentes em espaços para além do ensino formal. Espaços esses que configura assim um novo campo da Educação que aborda processos educativos fora das escolas ou não, em processos organizativos da sociedade civil, abrangendo organizações sociais e não governamentais, movimentos sociais estratégicos, ou processos educacionais articulados com a escola e comunidade.

A partir de um olhar reflexivo apoiando-se nas fontes já consultadas constatamos que são poucos os estudos abordando esta problemática no contexto da Educação brasileira e quando observado do ponto de vista de investigação local - regional inexiste reflexões acerca desta temática.

Um Olhar Sobre as Práticas Educativas nos Espaços não Escolares
Nossa pesquisa vem nos mostrando que a educação pode ser compreendida muito além das dimensões curriculares e de aprendizagem. Essa categoria mescla-se com o conceito de cultura como herança e socialização permanente de saberes, ampliando o sentido epistemológico do termo em si. Assim como apresenta Frigotto:

O patrimônio natural e científico e os processos culturais e educativos não podem estar subordinados ao mercado e ao capital, mas ao conjunto de direitos que configuram a possibilidade de qualificar a vida de todos os seres humanos. A educação, nesta perspectiva, é elemento crucial no processo de emancipação da classe trabalhadora e de estabelecer práticas sociais comprometidas com a dignidade e a vida de todos os seres humanos. (FRIGOTTO, 2002, p. 65)

Observamos a partir dos estudos que nas últimas décadas do século XX e inicio do século XXI, uma nova conjuntura dá-se no cenário Educacional, trazendo para a Educação novos desafios a serem enfrentados. O grande desafio é posto para a Educação na atualidade, diante de um panorama tão diversificado e desigual e de sociedades e movimentos sociais ativos exigindo constantemente novas ações no que tange a esfera pública e privada. Mudanças profundas afetaram as configurações sócio-históricas da educação escolar.

Diante deste cenário, o conceito de Educação amplia-se. E nas palavras de Gohn (2011) não se limitando apenas aos espaços escolares formais, atrelados somente ao processo de ensino-aprendizagem de seus educando. A Educação é chamada também a transpor os muros da escola, para os espaços da casa, do trabalho, do lazer, do associativismo e outras atividades afins. Configura-se assim um novo campo da 

Educação que aborda processos educativos fora das escolas ou não, em processos organizativos da sociedade civil, abrangendo organizações sociais e não governamentais, movimentos sociais estratégicos, ou processos educacionais articulados com a escola e comunidade.

A Educação não formal (Gohn, 2010) “foi um campo de menor importância no Brasil, até os anos de 1980, tanto nas políticas públicas, quanto entre os educadores”. E a esse respeito ainda a autora ainda coloca que o caminho institucional aos processos educativos em espaços não formais foi aberto em 1996 pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), quando define educação como aquela que abrange [...] processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais (LDBEN, art.1º,1996 apud Gonh, 2011: 11).

Nossa práxis no campo educacional tem nos levado a pesquisar sobre as possibilidades e as práticas educativas não formais o que tem contribuído para avançarmos na concepção de Educação com um caráter humanista que transcende territórios conceituais formais. A educação não formal como afirma Gonh (2011,pg14) não visa substituir ou competir com a educação formal [...]”. Deste movimento podem ocorrer parcerias entre outras frentes de trabalho, como as organizações sociais, ONGs e outros espaços da comunidade que tenham projetos sociais responsáveis, podendo colaborar para uma formação cidadã.

Os processos educativos desses espaços e seus indivíduos como sujeito e protagonista de sua história, um sujeito político, que pensa, que age, tudo isso são saberes que nossa pesquisa pretende investigar. Espaços importantes da sociedade abarcam as atividades da Educação não formal e suas práticas educativas e distribuem-se em inúmeras dimensões. Na sociedade civil organizada vinculada a programas e projetos sociais, nas ONGs, movimentos sociais de educação não formal. A Educação não formal é uma possibilidade de produção de conhecimento em territórios fora das estruturas curriculares da Educação formal (Gohn, 2011).

Por outro lado, a história da Educação no Brasil vem se constituindo como área de conhecimento e área de intervenção social, fruto da interferência significativa dos Movimentos Sociais em diferentes conjunturas sociais políticas e econômicas. O debate sobre a educação das classes populares e sua inserção nas políticas públicas está profundamente vinculado às transformações do trabalho e conseqüentemente à estrutura política de estado. Em estudo recente sobre os caminhos da Educação Popular e a importância dos Movimentos Sociais no Brasil Reinaldo Matias Fleuri, destaca que:

A primeira vertente de educação popular é a que se identifica com a ampliação da educação escolar para todos os cidadãos. A expressão educação popular é usada pela primeira vez por intelectuais, militantes e educadores latino-americanos, entre fins do século passado e começo deste. Uma outra vertente significativa de educação dirigida às camadas populares é a educação de adultos. (FLEURI, 2002, pg. 52-53)

A intensificação do debate sobre as pedagogias que dimensionam esta diversidade de experiências na educação formal e não formal representa outro lado da curva do rio. Isto significa dizer que há uma ampla diversidade de interesses e objetivos das propostas de Educação não formal e suas práticas espalhadas e apropriadas em diferentes territórios e realidades sociais com desdobramentos temáticos complexos. Essas práticas apresentam processos interativos intencionais. Os espaços educativos estão direcionados às trajetórias de vida dos grupos e indivíduos.

O Educador, neste contexto denominados Educador Social, precisa incluir os valores da comunidade em que se atua nas suas práticas pedagógicas e que esta atuação se dê a partir de um compromisso social básico, nas palavras de Gohn (2010). Tanto Freire (1996) como Gohn (2011) afirmam [...] que toda a prática educativa demanda a existência de sujeitos, um que, ensinando, aprende, e outro que, aprendendo, ensina.

Nesse contexto histórico vale ressaltar que a educação popular ou as metodologias qualitativas nasceram às margens da sociedade, no extra-muro da instituição escolar, e dos espaços de legitimação oficial da educação. Já na década de 60 do século XX, experiências de organização popular e educação comunitária faziam parte de debates, fóruns e tentativas de articulação com a educação oficial formal. A frente deste processo esteve o educador Paulo Freire que engenhosamente abriu caminhos para a reflexão sobre o papel do conhecimento, e a responsabilidade social e política do educador da educadora e, sobretudo, do sentido emancipatório da educação pública. Protagonizou a idéia de sujeito que aprende e que ensina, deslocando o debate sobre o “poder e conhecimento” para “poder, conhecimento e autonomia social”. Somente no final da década de oitenta do século XX que tais debates passam a fazer parte das estruturas oficiais do Estado. As políticas de educação como um direito a cidadania (UNESCO/LOAS/ECA) objetivamente estão sendo estruturadas a partir de pressão dos movimentos sociais nestas últimas décadas.

Considerações Finais
As primeiras considerações que fazemos é que essa pesquisa que traz como objeto de estudo Práticas Educativas na Educação não formal tendo como campo de investigação as Organizações Sociais de Joinville, está desenhada num cenário de fontes primárias, um campo ainda pouco explorado na Educação Brasileira e muito menos no município de Joinville. Os obstáculos são muitos, inclusive de superação de conceitos e preconceitos a cerca da Educação não formal. Percebemos nas investigações a priori as dificuldades de considerar-se a Educação não formal e suas práticas educativas como um campo de conhecimento em construção. Observou-se nas discussões realizadas até o presente momento que de forma geral se faz uma avaliação da Educação não formal a partir de critérios formais, não dando importância aos saberes construídos em outros espaços que não seja o da escola.

Referências Bibliográficas 

Associação Joinvilense de Organizações Sociais- AJOS. Disponível em: < www.ajos.org.br>. Acesso em 23 set.2011.
BRASIL. Lei de Diretrizes e Base da educação Nacional. Lei n. 9394, de 20 de dez. 1996. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/ldb.pdf>. Acesso em 24 set.2011.
FLEURI, R. M. A Questão do Conhecimento na Educação Popular. Ijuí: Ed. UNIJUÍ, 2002.
FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. 4ª ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
FRIGOTTO, Gaudêncio (org.). Educação e crise do trabalho: perspectiva de final de
século. 6ª edição. Petrópolis, RJ: Vozes, 2002. Coleção estudos culturais em educação.
GOHN, Maria da Glória. Movimentos sociais e educação. – 3ª ed. – São Paulo: Cortez, 1999.
___________________. Educação não-formal e cultura política: impactos sobre o associativo do terceiro setor. – 2 ed. – São Paulo: Cortez, 2011. ____________________. Educação não formal e o educador social: atuação no desenvolvimento de projetos sociais. São Paulo: Cortez, 2010. – Coleção questões da nossa época; v.1.

quinta-feira, 22 de maio de 2014







JUSTIÇA  GARANTE-SE COM OLHOS BEM ABERTOS




                Na última semana os brasileiros foram surpreendidos por mais uma ação de nossa (in) justiça. A Justiça Federal no Rio de Janeiro, representada pelo excelentíssimo senhor Eugênio Rosa de Araújo emitiu uma sentença na qual considera que os “cultos afro-brasileiros não constituem religião” e que “manifestações religiosas não contêm traços necessários de uma religião”. A situação emergiu em  resposta a uma ação do Ministério Público Federal (MPF) que pedia a retirada de vídeos de cultos evangélicos que foram considerados intolerantes e discriminatórios contra as práticas religiosas de matriz africana do YouTube. O juiz alem de negar a retirada do vídeo justificou sua decisão afirmado que  para que uma  crença seja considerada religião, é preciso seguir um texto base como a Bíblia Sagrada, o Torá, ou o Alcorão, por exemplo alem de  ter uma estrutura hierárquica e um deus a ser venerado.

A pergunta que deve-se fazer diante de tal situação é: nossa justiça esta a serviço de quê e de quem?

Ignorando lutas travadas ao longo da história e uma série de direitos conquistados. nossa justiça passa por cima por, exemplo,   da Declaração Universal dos Direitos Humanos,  da Constituição Federal e do Estatuto de Igualdade Racial. Assim podemos pensar numa outra pergunta cujas respostas podem ser ainda mais preocupantes, o que tudo isso produz? 

Com certeza a naturalização da intolerância, do preconceito e um retrocesso sem precedentes. Tudo isso fundamentado em quê? No entendimento moral e do senso comum do juiz de direito que sentiu-se competente não somente para ignorar as legislações de nosso país mas para definir o conceito de religião. 




Mas atenção, não se pode cair no erro de  tomar tal ocorrido como uma ação isolada. A justiça bem como outras instituições reproduzem incessantemente interesses de ideologias dominantes contrariando uma perspectiva plural e de acolhimento as diferenças. Para que a justiça seja feita faz-se necessário ficar de olhos bem abertos.   



segunda-feira, 19 de maio de 2014

Plano Juventude Viva foi implantado no Espírito Santo no dia 02 de maio de 2014

 
O Plano de Prevenção à Violência contra a Juventude Negra, o Juventude Viva, será implementado no Espírito Santo na próxima sexta-feira (2/5), contemplando, além da capital, Vitória, os municípios de Serra, Vila Velha, Cariacica, Linhares, São Mateus e Guarapari.

O termo entre o governo federal e o governo do estado será assinado às 10h, em cerimônia no Palácio Anchieta, com a presença do governador, Renato Casagrande, dos ministros Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência da República) e Luiza Bairros (Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial), e dos prefeitos das sete cidades contempladas, entre outras autoridades.  O Plano chega ao estado com recursos federais de aproximadamente 96 milhões, distribuídos em cerca de 30 programas nas áreas de educação, saúde, cultura, justiça, trabalho e emprego, entre outras.
O Juventude Viva é uma iniciativa do governo federal para reduzir a vulnerabilidade dos jovens, em especial da juventude negra, às situações de violência, em uma ação articulada com vários Ministérios e parceria com os governos estaduais e municipais. Dados do Ministério da Saúde mostram que Espírito Santo ocupa o segundo lugar em taxas de homicídios contra jovens no país, e as sete cidades que vão receber o Plano concentraram, em 2011, 73% das mortes registradas em todo o estado. O ES enfrenta uma luta histórica contra a violência e o objetivo do Juventude Viva é reforçar a atuação do governo capixaba no combate ao problema, com a oferta de equipamentos e serviços públicos que assegurem a inclusão e emancipação dos jovens com idade entre 15 e 29 anos.
 Sob a coordenação da Secretaria Nacional de Juventude, da Secretaria-Geral da Presidência da República, e da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, o Plano foi lançado inicialmente em Alagoas, em 2012, estendendo-se, ao Distrito Federal e Região Metropolitana, aos estados da Paraíba e Bahia e à capital de São Paulo. Além das adesões pactuadas, por meio de convênio com o governo federal, mais de 180 municípios já solicitaram a adesão voluntária, que pode ser feita por qualquer prefeitura, sem recursos federais, desde que o poder público local esteja comprometido com a agenda de enfrentamento à violência contra a juventude negra.
O Juventude Viva tem como foco os 142 municípios brasileiros com maiores índices de mortalidade de jovens, incluindo todas as capitais, com atendimento prioritário aos jovens de sexo masculino, moradores das periferias dos grandes centros urbanos e com baixa escolaridade.  O Plano foi formulado em um processo amplamente participativo, com envolvimento do movimento negro, de movimentos de juventude, do movimento hip hop, além de consulta a especialistas em segurança pública e diálogos com atores dos órgãos federais, estaduais e municipais e do sistema de justiça.
Além das ações voltadas para o fortalecimento da trajetória dos jovens e transformação dos territórios, o Plano busca promover os valores da igualdade e da não discriminação, o enfrentamento ao racismo e ao preconceito geracional, que contribuem com os altos índices de mortalidade desse segmento. Para a secretária nacional de Juventude, Severine Macedo, trata-se de uma oportunidade histórica para enfrentar a violência, debater sua banalização e promover os direitos da juventude negra, em um esforço conjunto, e inédito, das instituições que compõem o Estado brasileiro.
Notícias relacionadas
 
 
 

Ação Linhares Cidadã realiza 5.530 atendimentos no bairro Santa Cruz





O trabalho foi desenvolvido no último sábado, dia 17. O número de atendimentos é um do maiores registrados neste ano.
INAUGURAÇÃO DA QUADRA SANTA CRUZA ação Linhares Cidadã, realizada no bairro Santa Cruz, registrou 5.530 atendimentos no último sábado (17). Além da ação que garantiu a emissão gratuita de documentos, assessoria jurídica e até oficina de artesanato, os moradores receberam a nova quadra poliesportiva "Paulo José Menegardo". O evento, que é promovido pela Secretaria Municipal de Assistência Social, conta com a parceria das secretarias de Cidadania e Segurança Pública, Obras, Saúde, Serviços Urbanos, Esporte e Lazer e o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC) - e participação de voluntariado.Confira o balanço:

Serviços/Atividades
Qtd. Atendimentos
01
Carteira de Identidade
93
02
Carteira de Trabalho
31
03
CPF
113
04
2ª via de certidão de Nascimento, Casamento e Informações
53
05
Fotos
261
06
Sobrancelhas
71
07
Corte de Cabelo
53
08
CRAS (Oficinas de Molde Vazado, Ponteira de Lápis, Cx. p/ Presente, Decoupage em Sabonete, Marca Página e Chaveiro)
540
09
FACELI (Atendimento Jurídico)
09
10
Saúde/NAPS (Coleta de Exames: HIV, Hepatites, VDRL, Teste de Glicemia, Aferição de Pressão, Distribuição de Preservativos e Gel Lubrificante, Panfletagem)
957
11
Vigilância em Saúde /CCZ (Distribuição de materiais educativos e Orientações)
540
12
CadÚnico/Bolsa Família (Cadastro novo, Xerox, Atendimento Social e Informações
1.348
13
Conselho Tutelar (Orientações e Encaminhamento)
05
14
CREAS (Trabalho com crianças, Orientações e Panfletagem)
250
15
PROCON (Distribuição de materiais e Pesquisa de Preço)
337
16
SINE (Informações e Panfletagem)
143
17
4ª Vara da Violência Doméstica e Familiar (Orientação)
200
18
PRONATEC (Panfletagem e Pré-matrículas p/ cursos)
255
19
AVON (Pintura de Unhas e Maquiagem)
71
-
Total
5.530

- See more at: http://www.linhares.es.gov.br/Noticias/Noticias.aspx?id=4748#sthash.ucYUSgzy.dpuf

[ Por Tiago Cau | 19/05/2014 ]

Sessão solene reforça luta contra preconceito

Sessão solene reforça luta contra preconceito











Data da Publicação: 20/3/2014




Fotos: Tonico



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Toni Garrido defendeu a luta contra qualquer forma de discriminação  


“A minha luta é uma luta de igualdade entre as raças, e não uma luta de raça contra raça”. A afirmação é
 do cantor Toni Garrido, um dos homenageados na Assembleia Legislativa na sessão solene que
comemorou os 165 anos da Revolta do Queimado, na Serra, na noite de quarta-feira (20). O vocalista
 da banda Cidade Negra argumentou que esse é o caminho que deve ser empreendido para a inclusão
dos negros na sociedade brasileira. 
 
Toni Garrido pediu também que os negros lutem contra todo tipo de discriminação, e citou a questão
dos homossexuais e das mulheres vítimas de violência. “Não sou gay e não sou mulher, mas essas
causas também são minhas”, afirmou. Além do cantor, outras 14 pessoas que se destacam na luta
contra o racismo receberam a comenda Chico Prego, instituída pela Resolução 2.080/2003. A sessão
 solene contou também com apresentação da Banda de Congo Amores da Lua, do bairro Santa Marta,
 em Vitória. 
 
Várias frentes


O deputado Roberto Carlos (PT), proponente da sessão solene, reverenciou as figuras de Chico Prego e
 João da Viúva, líderes da revolta, e destacou que a luta pela liberdade dos negros agora se configura
pela luta em outras frentes. Entre as quais citou o direito ao trabalho, à escola de boa qualidade e a
busca por melhor segurança pública. “A discriminação continua quando verificamos que os negros
continuam sendo a maioria nos presídios, nas filas de emprego, nas mortes violentas. Nas
universidades, apesar dos avanços resultantes da política de cotas, a presença dos negros ainda é muito
pequena”, enfatizou. 
A Revolta do Queimado ocorreu em 1849, em São José do Queimado, na Serra, e foi o maior levante
de escravos por liberdade já registrado na história do Espírito Santo. Na época, três negros escravos
 - Chico Prego, Elisiário e João da Viúva - foram os responsáveis por liderar a insurreição, exigindo a
alforria dos escravos. “O final da revolta resultou em prisões e mortes de muitos negros, mas a luta ficou
 para a história e não pode ser esquecida. Lembrar da resistência desses heróis é importante para
continuarmos a defender uma sociedade mais justa nos dias atuais”, disse Roberto Carlos.


SoleneRevoltaQueimado_19032014_mesa_baixa_Tonico.jpg SoleneRevoltaQueimado_19032014_plateia_baixa_Tonico.jpg
A Banda Amores da Lua se apresentou durante sessão solene pelos 165 anos da Revolta do Queimado 


Homenageados na Ales 
Antônio Bento da Silva Filho: nascido em Belford Roxo, Rio de Janeiro, o artista é nacionalmente
conhecido como Toni Garrido e compõe a banda de reggae Cidade Negra desde 1994.




Eliézer de Albuquerque Tavares: é formado em Administração pela Faesa, com mestrado e

especialização em Educação pelo Instituto Pedagógico Latino Americano e Caribenho de Havana, Cuba.




Emerson Magno Santana Ribeiro: nascido no bairro Alto Boa Vista, Xumbrega, como é conhecido,

 canta o que seu município, Cariacica, tem de melhor. 




Gustavo Henrique Araújo Forde: capixaba, militante do movimento negro capixaba desde os anos 90. 




Jefferson Nunes Pereira Júnior: natural de Vitória, Capitão Pereira é comandante da 1ª Cia do

7º Batalhão da Polícia Militar e tem longa trajetória no processo de construção da Igualdade Racial. 




Jorge Carlindo da Silva: mestre Jorginho, como é conhecido, é natural do Rio de Janeiro e morador do

Espírito Santo há 37 anos.  É projetista mecânico e empresário no ramo siderúrgico. 




José Roberto Andrade: advogado, designado primeiro presidente da Comissão de Igualdade Racial da OAB-ES, em setembro de 2012. 




Luiz Inácio Silva da Rocha: conhecido também como Lula, é morador de Cariacica e militante do movimento

 negro. 




Maurício José da Silva: secretário de Estado da Cultura. É técnico cultural efetivo do Estado há 35 anos

 e já passou pela Fundação Cultural do Espírito Santo. 




Olindina Serafim Nascimento: pedagoga, mestre em Educação pela Ufes e professora da rede municipal

 de São Mateus, onde atuou como coordenadora de formação continuada das relações étnico-raciais.




Osvaldo Martins de Oliveira: nascido em Linhares, é filósofo com mestrado e doutorado em

 Antropologia. Professor adjunto de Antropologia da Ufes. 




Sandro José da Silva: capixaba nascido em Vitória, é doutor em Antropologia pela

Universidade Federal Fluminense, mestre em Antropologia Social pela Universidade

 Estadual de Campinas e bacharel em Ciências Sociais pela Ufes. 




Suely Bispo: Atriz, mestre em estudos literários, poeta e historiadora. Começou a atuar no

 movimento negro no final dos anos 80. 




Vacinto Rosário Bento: nascido em Nova Almeida e conhecido como Mestre Zé Bento,

 é funcionário público municipal aposentado e foi vereador na Serra de 1993 a 1996. 




Vandete Ramos: residente em Jacaraípe, na Serra, há 38 anos lida com a doença falciforme,

que é genética e geralmente acomete a população afrodescendente (negros e pardos). 




Wanderley Araújo/Web Ales


(Reprodução autorizada mediante citação da Web Ales)