Toni Garrido pediu também que os negros lutem contra todo tipo de discriminação, e citou a questão
dos homossexuais e das mulheres vítimas de violência. “Não sou gay e não sou mulher, mas essas
causas também são minhas”, afirmou. Além do cantor, outras 14 pessoas que se destacam na luta
contra o racismo receberam a comenda Chico Prego, instituída pela Resolução 2.080/2003. A sessão
solene contou também com apresentação da Banda de Congo Amores da Lua, do bairro Santa Marta,
em Vitória.
Várias frentes
O deputado Roberto Carlos (PT), proponente da sessão solene, reverenciou as figuras de Chico Prego e
João da Viúva, líderes da revolta, e destacou que a luta pela liberdade dos negros agora se configura
pela luta em outras frentes. Entre as quais citou o direito ao trabalho, à escola de boa qualidade e a
busca por melhor segurança pública. “A discriminação continua quando verificamos que os negros
continuam sendo a maioria nos presídios, nas filas de emprego, nas mortes violentas. Nas
universidades, apesar dos avanços resultantes da política de cotas, a presença dos negros ainda é muito
pequena”, enfatizou.
A Revolta do Queimado ocorreu em 1849, em São José do Queimado, na Serra, e foi o maior levante
de escravos por liberdade já registrado na história do Espírito Santo. Na época, três negros escravos
- Chico Prego, Elisiário e João da Viúva - foram os responsáveis por liderar a insurreição, exigindo a
alforria dos escravos. “O final da revolta resultou em prisões e mortes de muitos negros, mas a luta ficou
para a história e não pode ser esquecida. Lembrar da resistência desses heróis é importante para
continuarmos a defender uma sociedade mais justa nos dias atuais”, disse Roberto Carlos.
A Banda Amores da Lua se apresentou durante sessão solene pelos 165 anos da Revolta do Queimado
Homenageados na Ales
Antônio Bento da Silva Filho: nascido em Belford Roxo, Rio de Janeiro, o artista é nacionalmente
conhecido como Toni Garrido e compõe a banda de reggae Cidade Negra desde 1994.
Eliézer de Albuquerque Tavares: é formado em Administração pela Faesa, com mestrado e
especialização em Educação pelo Instituto Pedagógico Latino Americano e Caribenho de Havana, Cuba.
Emerson Magno Santana Ribeiro: nascido no bairro Alto Boa Vista, Xumbrega, como é conhecido,
canta o que seu município, Cariacica, tem de melhor.
Gustavo Henrique Araújo Forde: capixaba, militante do movimento negro capixaba desde os anos 90.
Jefferson Nunes Pereira Júnior: natural de Vitória, Capitão Pereira é comandante da 1ª Cia do
7º Batalhão da Polícia Militar e tem longa trajetória no processo de construção da Igualdade Racial.
Jorge Carlindo da Silva: mestre Jorginho, como é conhecido, é natural do Rio de Janeiro e morador do
Espírito Santo há 37 anos. É projetista mecânico e empresário no ramo siderúrgico.
José Roberto Andrade: advogado, designado primeiro presidente da Comissão de Igualdade Racial da OAB-ES, em setembro de 2012.
Luiz Inácio Silva da Rocha: conhecido também como Lula, é morador de Cariacica e militante do movimento
negro.
Maurício José da Silva: secretário de Estado da Cultura. É técnico cultural efetivo do Estado há 35 anos
e já passou pela Fundação Cultural do Espírito Santo.
Olindina Serafim Nascimento: pedagoga, mestre em Educação pela Ufes e professora da rede municipal
de São Mateus, onde atuou como coordenadora de formação continuada das relações étnico-raciais.
Osvaldo Martins de Oliveira: nascido em Linhares, é filósofo com mestrado e doutorado em
Antropologia. Professor adjunto de Antropologia da Ufes.
Sandro José da Silva: capixaba nascido em Vitória, é doutor em Antropologia pela
Universidade Federal Fluminense, mestre em Antropologia Social pela Universidade
Estadual de Campinas e bacharel em Ciências Sociais pela Ufes.
Suely Bispo: Atriz, mestre em estudos literários, poeta e historiadora. Começou a atuar no
movimento negro no final dos anos 80.
Vacinto Rosário Bento: nascido em Nova Almeida e conhecido como Mestre Zé Bento,
é funcionário público municipal aposentado e foi vereador na Serra de 1993 a 1996.
Vandete Ramos: residente em Jacaraípe, na Serra, há 38 anos lida com a doença falciforme,
que é genética e geralmente acomete a população afrodescendente (negros e pardos).
Wanderley Araújo/Web Ales
(Reprodução autorizada mediante citação da Web Ales)
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