domingo, 6 de julho de 2014

BRASIL, país em que técnico de futebol é chamado de professor, chefe de quadrilha é chamado de vossa excelência e professor é tio.

Vivemos num país onde faz de conta que somos sérios, que votamos conscientes, que nossos políticos são exemplos para o mundo...para o submundo da corrupção que mancha esse país.
Ah, isso é Brasil, terra do jeitinho de sonegar imposto, da gambiarra, onde tudo termina em festa, em pizza.
Técnico de Futebol é Professor, Chefe de quadrilha é chamado de Vossa Excelência, preside comissões de ética e Professor é tio, fala sério, daí da para entender o porquê ocupamos os piores lugares em educação e corrupção. Triste, mas é fato, enquanto o povo Brasileiro não levar este país a sério fica difícil engolir os CALHEIROS, OS SARNEYS, OS BARBALHOS...Fala sério, isso dá gastura, mas cada um tem o governo que escolhe e da maneira que escolhe, fica a dica. 
Se dentro de seis anos as medidas do PNE deverão estar sendo colocadas em prática em todo o território nacional será que um professor vai passar a ser valorizado como um técnico de futebol, e definitivamente passar de "tio" para professor, quiçá "mestre". Fiquemos atentos  às 20 metas do PNE para garantir que sejam todas cumpridas com eficácia e transparência.
 
 
A arte de ensinar é uma tarefa difícil demais para que alguém se envolva nela por comodismo, falta de fato melhor, ou porque é preciso auferir ganhos.
 
Como diz a frase "todo cidadão passa nas mãos de um professor. Podendo ele se tornar um médico, um economista, uma dona de casa, um professor de educação física, um técnico de futebol...
 
Em uma pesquisa recente feita pela Revista Fórum(Por Igor Felippe, no Escrevinhador), relata que o técnico da seleção brasileira de futebol o "Felipão", ganha mais do que o técnico da Alemanha por exemplo.
Luis Felipe Scolari, é um treinador vencedor e tem um currículo que faz dele um dos profissionais mais valorizados do futebol internacional. A carreira de sucesso começou quando levou o Criciúma, de Santa Catarina, à conquista da Copa do Brasil, em 1991. A partir daí, o céu parecia o limite para o técnico.
Felipão ganhou a Copa do Mundo de 2002. Venceu também a Copa das Confederações de 2013. Em clubes, treinou o Grêmio e o Palmeiras, conquistando por cada um deles uma Taça Libertadores da América.
Com esse currículo, teve a oportunidade de trabalhar fora do país. Comandou o clube inglês Chelsea e a seleção de Portugal. Não ganhou títulos.
Apesar do estilo de jogo defensivo e do futebol feio, ele é o técnico de mais sucesso da história recente do país.
Felipão nasceu em Passo Fundo, no Rio Grande do Sul. É brasileiro.
O Brasil é um país que, no processo histórico de desenvolvimento, não conseguiu se livrar das amarras da economia dependente do capitalismo internacional, não consolidou uma democracia profunda com participação da população nas grandes decisões, não universalizou a educação em todos os níveis nem democratizou o acesso à terra.
Com isso, o nosso país tem um estrutura social marcada por uma profunda desigualdade. Os processos de mudança social se deram a partir de acordos de frações da classe dominante, que impediram toda e qualquer ruptura. Os ricos são muito ricos e, os pobres, muito pobres.
Vinte mil famílias controlam quatro quintos da riqueza no Brasil, de acordo com o economista Márcio Pochmann.
Nos últimos 12 anos, a vida dos mais pobres melhorou, com as políticas de crescimento da economia, criação de empregos e valorização do salário mínimo, além das políticas sociais.
No entanto, não foram tomadas medidas estruturais para tirar de quem tem muito para distribuir para quem tem pouco. Não houve uma reforma tributária progressiva, para taxar renda, lucro, propriedade e capital.
Tanto que uma pessoa ficou milionária a cada 27 minutos em 2013. Foram novos 271 milionários por dia, de acordo com estudo do especialista em mercado de luxo Claudio Diniz. Até 2017, o Brasil terá 817 mil milionários.
A classe dominante não admite mudanças nessa área. É só observar a reação quando o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, tentou aplicar algum nível de progressividade na cobrança do IPTU no ano passado.
E o que o técnico da seleção brasileira de futebol tem a ver com isso?
Felipão é o técnico da Copa com maior salário entre os países que chegaram às quartas-de-final, à frente dos treinadores de Alemanha e França.
Qualquer país capitalista é desigual por ter um modelo econômico baseado na separação daqueles que têm meios de produção e aqueles que vendem a sua força de trabalho.
No entanto, os países do centro do capitalismo passaram por rupturas, consolidaram direitos e alcançaram um nível civilizatório que colocou limites para a desigualdade social.
No Brasil, isso nunca aconteceu.
O país que comemora que 40 milhões de pessoas saíram da pobreza e entraram na tal “nova classe média” (ou seja, alcançaram uma renda até 1500 reais) tem o técnico da Copa do Mundo mais bem pago, com 750 mil reais por mês.
Felipão tem seu valor e não tem culpa no cartório por essa situação, que tem raízes históricas no processo político e social, mas é retrato de uma sociedade profundamente marcada pela desigualdade.
Abaixo, a lista dos técnicos mais bem pagos das quartas-de-final da Copa:
1-Luiz Felipe Scolari (Brasil) – R$ 8,8 milhões
2-Joachim Low (Alemanha) – R$ 8 milhões
3-Louis van Gaal (Holanda) – R$ 6,1 milhões
4-Didier Deschamps (França) – R$ 4,8 milhões
5-José Pekerman (Colômbia) – R$ 3,7 milhões
6-Marc Wilmots (Bélgica) – R$ 1,9 milhão
7-Alejandro Sabella (Argentina) – R$ 1,8 milhão
8-Jorge Luis Pinto (Costa Rica) – R$ 985 mil

Fonte: Coluna de José Roberto Mali, na ESPN Brasil

Fonte digital: http://www.revistaforum.com.br/blog/2014/07/felipao-ganhar-mais-que-tecnico-da-alemanha-e-retrato-brasil/
http://livrevozdopovo.blogspot.com.br/2013/07/tecnico-de-futebol-e-professor-chefe-de.html#.U7nMsjgU8_4

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